09/07/11


Gosto de sentir que és moldável. Gosto de sentir esse poder em que não és nada mais que plasticina colorida nas minhas mãos. Massa que gosta de ser moldável. Encerro lutas conscientes para impedir essa obsessão de entrar no meu interior e acabar por se tornar, invariavelmente, na compulsão a que me propões. Sabes que ao fazer isso, me prendes cada vez mais ao teu círculo vicioso que não acaba. Fazes isso até eu perder a minha própria forma. Até eu me transformar em bola de cola dura. Inquebrável. Invariável. Apenas ajustável às tuas múltiplas formas. Odeio-me, dias depois, por te deixar permitir que te molde como quero.

4 comentários:

Anónimo disse...

obrigada (:

Maria disse...

Há, há amor. E o amor torna tudo um bocadinho maior e enfatiza sempre os pequenos doces detalhes. Talvez ela não se ame tanto quanto ele a ama e isso pesa-lhe a alma e torna-lhe o mundo nublado.
Gosto muito do jeito como escreves. Acho que todos nós já sentimos o peso de moldar alguém. O peso que é notarmos que ajustamos aquele ser sem sequer uma permissão pedir.

Mafalda disse...

Gosto mesmo do que vais escrevendo aqui, identifico-me muito:)

Simone Oliveira disse...

Não te odeies :)
Escreves tão profundamente *.*