23/11/10

i want you back.

Esfregava os meus pés na terra e no meio das folhas húmidas e castanhas. Era puro Outono e os teus olhos não o conseguiam esconder. Dançavas na ondulação do tempo e despreocupada procuravas sorrir-me. Tiro-te da minha mente. Desta vez é para sempre! Prometo-te. Apareces de vez em quando e despertas mim eixos misteriosos que imprudentemente decido explorar. Quando te enfrento, quero embrenhar-me e aconchegar-me em ti por mim. Sinto-te corrosiva, degradante, fútil e oca. Sinto-te de muitas maneiras. Não sei! Sinto-te. Decido voltar para dentro e calço-me. A tocar na minha pele, volta o calor do espaço. Madeira e vidro, quadrada e arquitectonicamente combinados. O cheiro químico das tintas a inundar as minhas narinas. Olho para as minhas mãos e, ainda com pedaços de tinta da noite anterior, pego no cabo do pincel para o fazer mergulhar nas borras coloridas que estão em cima da mesa.
É prazer! A textura e o mergulho.
A resistência e a fusão.
À tela desfaço-me em fragmentos dissociados que coram todo o cenário.
No meio do vermelho e amarelo permaneço fiel. À tua espera.
À espera que me movas. Que me desloques para longe, para a mistura.

wait! did i ever had you?

17/11/10

With photographs and magnetic tape we Capture.
Pretty animals in cages, pretty flowers in vases, Enraptured.
And doesn’t the tree, write great poetry?
Doing itself so well.
Do you blame Monet? His gardens in giverny?
He captured.
And lovely basho, his plunking ponds and toads - Enraptured.
The fate of Kurt Cobain junk coursing through his veins,
and young Virginia Woolf, death came and hung her coat.
Love of color, sound and words. Is it a blessing or a curse?
Enraptured.

.

Produzo-te constantemente no meu inconsciente. O acto de produzir traz alguns incómodos ao ser humano. Sei que maioria da alegria de te ter comigo para sempre é saber precisamente que te tive e que te posso, agora (estupidamente, só agora) produzir sem restrições. Sabia que não te devia ter largado. Agora, partilham-te os lobos esfomeados. Foste produção de facto ilusoriamente real. O teu toque e sorriso, a tua dedicação e o teu cheiro.
E tu?