18/06/13

a dor e as manhãs.


É em manhãs frias, que respiram janelas, que transpiram pétalas cinzentas de flores anímicas que me apercebo do quão corrosivo consegui não ser para ti. Era amor não era? Era sempre como estar perto daquele precipício do ser – de alma exposta ao osso e à fricção dolorosa da tua imagem recorrente. Caminho remendado pela ociosidade da minha alma que não se quis fazer pétrea. Preferiu a mortalidade da dor e agora lateja sempre ao toque de pétalas soltas no ar. Hoje, quase me achei imune ao pensamento que emana da tua imagem gravada na minha pele. Ao caos turbilhante em que me colocaste. Às dores esféricas e macerantes a que me sujeitaste.