23/06/11


Representas a decadência a que o meu ser, já pouco humano, consegue chegar. Hipnose a induzir uma perturbação atómica em toda a minha estruturação e arquitectura interna que não tem alicerces com que te possa enfrentar. Desmoronamento de pensamentos e sentimentos que tinha solidificado. Tinha mesmo planeado usá-los contra ti. Em vão. Tento! És como onda que se propulsiona automaticamente e ao teu percurso vais rarefazendo todo o ar com que me posso alimentar. Deixo de saber. Caio na real ignorância de um controlo que julgava adquirido. Afinal de contas, tenho dúvidas. Já não sei se te amo. Já não sei se és tu que quero. Quero livrar-me do teu traço destrutivo, quero descolar-me da tua película adsorvente. Só não queria, querer tanto.

15 comentários:

ines disse...

queremos sempre demais

Anónimo disse...

São muitas as vezes que chegamos a um ponto em que as duvidas passam a ser constantes na nossa cabeça.
Sim, e a Madalena que nunca mude.

Silvana disse...

bonito texto

Anónimo disse...

you can't always get what you want

e, bom s. João x)

Armanda Cunha disse...

e que ele não quer ler...

maria disse...

ola :)
umaveznaochega.blogspot.com foi substituido por tamanhasvezes.blogspot.com
*

Mafalda disse...

Oh que texto, está tão profundo

Anónimo disse...

Caracteriza-nos a dualidade. Sempre.



Belo registo, vou seguir*

Maria disse...

Creio que no fundo ela sabe. Ela sente o chão vacilar sempre que dá um passo e apercebe-se do quão é irreal aquele mundo. Mas por vezes é mesmo assim, por vezes o que existe apenas na nossa mente é o que tem maior poder. E este teu texto representa os sentimentos, representa o quão efémeros só eles sabem ser.

Armanda Cunha disse...

estranhamente, não consigo mudar os meus sentimentos mesmo sabendo que ele muda :s

Navajovsky disse...

eu podia ter escrito isto,tal e qual, se soubesse escrever assim

♥ marta. disse...

lindo. realmente lindo e encantador *

José Cevada disse...

E o problema do belo, mesmo quando perde nao perde, ninguem ganha.
(peço desculpa pela incapacidade do meu teclado de introduzir acentos),

Afonso Arribança disse...

O ser humano vive nesta dualidade de amor-ódio, de sim-não, de querer-não-querer que nos atormenta a alma. O teu texto é forte, repleto de uma expressividade encantadora.

Beijinho

Afonso Arribança disse...

E respondendo ao teu comentário. Não é difícil acreditar naquilo que não vês. Considerando que o mundo é concebido por matéria que não vês, como os átomos, e que o que sentes pelas pessoas que te são próximas é somente algo que nunca algum cientista ou amante do materialismo conseguiu explicar, algo que não vês nem consegues tocar, então é fácil acreditar em coisas que não vês. Podes é correr o risco de acreditar em algo que não existe, mas não achas que isso é irrelevante ? O que é relevante é compreender que aquilo em que acreditamos, só existe (para nós) porque faz sentido que assim seja :) Somos muito bem feitos e a nossa mente consegue mais do que os 10% de capacidades que apenas se sabe para que serve o nosso cérebro, pelo que acreditar mais além só nos faz crescer. O mundo é infinitamente mais do que aquilo que vemos.

Beijinho