05/12/10

Dotaram-nos desta capacidade que é escrever. Expressar nas palavras toda a nossa fúria e sentimento. Sinceramente gostava de me sentir liberto depois de escrever. Gostava de me sentir esvaziado de raiva e hostilidade depois de descarregar toda a negatividade nas teclas do meu computador. Pensava que escrever seria assim! Será por isso que paro sempre de o fazer? Hoje acordei e fiquei à espera de ter notícias tuas. Nunca as recebi. Talvez não mereça o que te peço ou simplesmente não esteja adaptado ao teu peculiar amor e à tua forma, meticulosamente esculpida, de o demonstrares. Acabas por voltar depois do tempo devido. Depois de me ferires, depois de me não deixares cicatrizar. É uma pobreza crescente que se vai infiltrando. Fria e maleável. Atípica. Sinto-me entorpecido com os preenchimentos sucessivos que vais fazendo em meu redor. Com um espaço fixo sou espezinhado e sufocado. Quero dar-te o que tenho. Quero-te longe de mim. Sim, longe. Longe é o melhor.
Lipincot

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