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Agora volto aqui?
Sim, tudo porque quando cheguei a um telhado conhecido estavam lá os dois. Sentados a uma mesa de madeira, iluminados apenas por duas velas (e uma garrafa) que trouxeram e pela luz da lua, ténue e trémula. Rodeados de livros, ela pegara num exemplar, abrira-o na página que conhecia de cor (ou talvez que tivesse marcado o canto, com uma dobra assassina e possessiva) e lia para ele em voz alta. Ele deixava-se guiar pela voz dela. (Res)sentou-se na sua cadeira, puxou do seu cigarro e acendendo-o inalou uma baforada de fumo. Ao expeli-lo o fumo pairou até ascender à lua. Pegou no seu copo de vidro com vinho e bebeu-o. Fechou os olhos, formando uma figura asiaticamente amigável, e ali ficou a ouvi-la e a vê-la iluminar-se com a felicidade que as palavras lhe traziam e que ela bem merecia.
1 comentário:
És espião!
As minhas palmas ao texto.
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