10/11/13


Era contemplação ociosa, pura e límpida, aquela que ele era capaz de emanar. Na mira,  os reflexos dourados do seu cabelo e o sorriso claro de pele nos seus traços. O sol dava lugar à brisa capaz de o transportar, particulado, desfeito pelos murmúrios dos nossos nós. O calor da sua pele evaporava-se, para ser captado e armazenado, em esferas que ainda hoje ele guarda. Objectos inflamáveis em resumo premente e constante que incendeiam a alma ao mínimo rastilho deles. Fogos inconsoláveis de sóis pétreos. Hematomas de lábios rasgados. Amor adoecido e prestado ao cuidado.

3 comentários:

Joana disse...

que belo, encanta-me.

Maria disse...

O amor deixado na sala dos cuidados intensivos. O amor. Gosto sempre muito do que aqui leio.

Maria disse...

Não deixes a ausência ficar muito tempo por aí que ela enferruja-nos. Obrigada por apareceres, gosto sempre muito de ter notícias tuas.