24/02/12


É desafio inócuo e quase frustrante tentar forçar cordas que teci, amarrei e atei. Querer estilhaçar pedaços de mundo - e já não mundo inteiro- e fazer com que eles se vaporizem em forma de pó brilhante que vai com o fumo do teu cigarro contornar o teu cabelo. Querer e até mesmo ambicionar a destruição dessa ideia de posse. Dessa ideia parva de que te tinha (- Tenho-te? Tens-me -) e que tudo o que colocaste à minha disposição era especialmente direccionado para mim. Talvez não tenha recebido assim tanto, afinal colocar ao meu alcance é diferente de me oferecer. Ideia absurda de que éramos sintonia e que só não nos era permitida a fusão por impossibilidades práticas (que pareciam pequenos pormenores) maiores que a névoa cintilante que agora vejo a rodear.

3 comentários:

Maria disse...

e eu digo-te: não sabes o bem que sabe ler o que docemente me dizes e depois vir cá e ler-te mais um bocadinho.

Beatriz Magalhães disse...

que bonito, ** aserio! li-te e senti-me bem a ler*

Sahaisis disse...

delicioso ;)