29/01/12


Campos de dálias brancas, sob um céu negro e vento de chuva. A vista da tua janela não me enganava e eu sabia que vinham de ti, más notícias - pelas quais choraria algum tempo. As tuas palavras sempre me fizeram tremer, exactamente por nunca saber que tipo de notícias carregarias contigo. Agora pego nos meus pincéis e misturo às minhas lágrimas as tuas cores quentes com uma fúria e lágrimas que absorvi de ti, da tua serenidade ao dar más notícias. O esboço disforme do teu pensamento ilustra o teu rosto, alegre e radioso como sempre. Branco, imaculado. Como flor eterna sobre o meu próprio tempo.

N.R. a 5 de Maio de 1972

2 comentários:

Anónimo disse...

Os teus registo são deliciosamente hipnotizantes.Eles... prendem-me.
Sempre!

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Maria disse...

Eu digo-lhe e aposto que as tuas palavras lhe vão atenuar as feridas da mesma forma que a mim. (é sempre tão bom passar por cá)