05/10/11


Sei que é assim que por vezes me sinto. Em eterna viagem que não termina, embrulhado em pensamentos de celulose inflamável que acabarão por ser revistos em outras alturas mais convenientes. Com a premente necessidade de me rodear de letras e de forçar a leitura e conjugação subjacente. A revisão não acaba e, acima de tudo, não é esgotável tentando eu todos os meios que conheço para tal. Gostava que o destino da viagem se invertesse e que, por qualquer processo de retrocedimento, conseguisse voltar a alturas em que tudo - incluindo eu - era menos processado, mascarado e pintado. Tempos em que sentia o calor do sol e do dia através dos pés que pousavam o chão escaldado. Alturas em que me deitava à sombra, em malhas velhas, e via o seu pó a subir definindo assim os raios de sol que - corajosos- me tentavam tocar. Tudo isto. É pensamento vão?

2 comentários:

Navajovsky disse...

Não sei se é vão mas eu sinto-me assim o tempo todo. Acho que é por isso que gosto tanto de viajar.

Não conhecia esta música, obrigada por ma apresentares.

Unknown disse...

Espero que nunca termine a tua viagem... que continues de estação em estação e a magia te permita nao querer voltar à anterior... Sim,o que é simples é belo... mas o que é complexo nunca perde o seu interesse :)
gostei muito de (te) ler