16/05/11

not there yet

Não há nada como escrever (de novo) à meia luz esbatida e gasta do meu candeeiro de pé, aceso ali atrás. A nostalgia de quem sabe o que quer, piano e palavras. O fumo de tabaco a pairar a conversa. Grandes certezas de que há possessão de verdades absolutas e claros pensamentos estruturados sobre as vivências que nos obrigam ao choque contínuo. Gostava de te conseguir estratificar, sequenciar e até planear assim, numa folha amarela do tempo. Ver-te assim, simplificado. Perceber como realmente és e se realmente és capaz de uma mudança que cada vez mais, parece repetida e oca aos meus ouvidos. Se calhar é verdade que não mudamos. Devemos ter que voltar ao que nos habituamos a ser há muito tempo atrás. Uma necessidade de regressão, como que botão de processo de reiniciação, que nos permita subir degraus (já subidos) para voltar a sentir qualquer coisa que se sobreponha minimamente ao choque. Costumam chamar-lhe de felicidade. We are not there, yet!

4 comentários:

Maria disse...

"é bom saber que durante algum tempo se lutou por heróis em comum" - e de facto, é bom mesmo. é bom saber que durante um período de tempo algo se tornou plural. É bom saber que deixamos de ser eu para passarmos a ser nós por um bocadinho. E eu gosto sempre quando cá venho, sabes? É como partilhar interesses, revitaliza-nos a alma.

Mafalda disse...

gostei muito, vou seugir*

Mafalda disse...

Gosto muito disto, sabes? Do teu cantinho.
«timings errados com as pessoas que deviam ser eternas!» - e depois é isto mesmo!

Afonso Arribança disse...

Há acontecimentos tão nonsense que nos chocam e fazem perder no tempo e no espaço, na insegurança que ganhamos perante o confronto dos nossos sentimentos com o choque das dúvidas.

Vou seguir :)