28/04/11

grão


Desfaço-me em pequenos grãos de areia que, com o vento gélido que emanas, congelam em pleno ar.Como que partículas estáticas, a pairar, permanecem naquele local fixo sem se moverem perante os corpos que as tentam atravessar. Podemos portanto concluir que no fundo constituem resistências minhas ao que vai passando em meu redor. O problema surge sempre quando eu me recomponho. Paro de me desfazer e quero andar para a frente e vejo-me cercado de pedaços de mim congelados por ti. Duas soluções em vista. Avanço contra os cristais arenosos ferindo-me um pouco [mais] ou espero que te afastes de forma a que, o teu ar gélido se deixe de sentir e com um calor ressurgido todas as partículas suspensas possam cair ao chão e esperar que qualquer chuva próxima as leve para longe.

1 comentário:

Maria disse...

que grandes palavras!