23/09/10

destroi-me

prefiro pensar que estou em pleno mergulho. um mergulho enegrecido pelas águas geladas que me circundam. sinto-me calmo e pareço ouvir, sob mim, o som do meu próprio coração a bater. já bateu mais e melhor por ti. tu, foste a desgraça do meu ser. tu, que amei visceralmente. tu, que és doce e não amargo. que afagas e não destróis. tu, que consegues ser cruel! consegues emanar de ti espículas trespassantes que me quebram, ferem e quebraram. agora que os teus e os meus seis tipos de cimento não me consertam é altura de me desmoronar. é altura de deixar cair pedregulhos sobre ti. é altura de deixar o tempo esmagar. é altura de subir o rosto e edificar-me, sentir-te no pó do ar e sorrir.

Lipincot

1 comentário:

Star Cry disse...

A vontade de seguir, caminhar e viver sem o pó que outrora nos cegou, sempre será a dura realidade dos apaixonados. Sobe o rosto, constrói-te, sorri e acalma o pó com as lágrimas que te possam cair pela pele do rosto. Elas, sim! Elas não são apenas tristeza, mas sim a auto-clave dos teus sentimentos!