Era um ser que caminhava à destruição. Às ruas negras e sujas perto do Rivoli parei e acendia o meu cigarro setindo-o arranhar a minha garganta. O vento cortava-me a cara e o pedinte aproximava e já eu rodava o torso, Não-desculpe. Sentia a minha fúria por te deixar aproximar e por me começares a remodelar por dentro, bem lá no fundo. Aquele âmago escuro que era meu, e que me sustinha. De lá vivi em cores rosas escuras sem nunca me conseguir afastar por completo da fúria e lá desse fundo esperava por dias como estes. Aqueles em que escrever não custa. Aqueles em que tudo é pessoal, profundo na pele e cortante. Alturas em que percebemos que amamos até sangrar e em que tudo se mostra em câmara-lenta- o que fomos- porque a tempo normal seria pouco, muito pouco.
2 comentários:
Aproveitas sempre os tempos certos para escrever sem custar, sem te custar a ti e sem custar a quem lê. Sabe bem, tão bem.
belo blog, gostei de ler parabéns, abraço
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