Hoje fui abandonado. Fui deixado sozinho à conversa com o meu suturado coração. Gritou e hoje consegui ouvi-lo. Deixaste-me hoje, quando o calor alimenta a alma. Se calhar esperavas que o sol te pudesse substituir. Talvez te firmasse na pele a esperança que a tua incandescência pudesse ser substituída. Como se substitui toda uma estrutura? Todo um esqueleto de amor que embutiste em mim. Corrompeste-me pulmões e partiste o meu peito. Respirei-te de mais. Substituíste todos os meus ossos por palavras. Hoje tiraste-me isso, talvez tarde de mais. E agora? Procuro osso? Mais palavras? Queimo-me ao sol? O que faço?